quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Os rissóis não são amigos dos gomers

Eu - a braços com o quinto diário clínico do dia...
Muitos dos gomers, entronados no serviço - a deliciarem-se com carinhos humanos e gastronómicos (ou não!)no andar de baixo...
um IAC bem intencionado a subir as escadas a correr e... uma pergunta: "de quem é o doente da cama X?" e não dando tempo de resposta acrescentou "é que ele está MAL!"
Lá fui eu e o T. a correr escada a baixo(tentando não concorrer para o pódio do 'estagiário politraumatizado mais célere da enfermaria')e...já se aspirava, já se chamava pelo gomer - usando da útil maximização de decibéis, já ele abandonava os tons roxos, vióláceos...purpúricos, já os nivéis de adrenalina baixavam e já o dentado rissol (trazido pela cara nora do nosso querido mas ainda desconhecido gomer - relembro que comecei o estágio ontem e que este seria o sexto observado da lista)...dizia...já o restante rissol jazia, arrefecido na mortalha de celulose transportadora.
Moral da história: Os rissóis não são amigos dos gomers! (mas...os gomers vencem todas as adversidades!!!)
Contudo...não posso deixar de me questionar acerca do cerne maléfico desta história...o rissol ou... a nora?! ;)

p.s.: para os que desconhecem o termo "gomer" recomendo uma leitura: "A casa dos deuses" de Samuel Shem

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Há palavras que nos beijam

Hoje vou-me deixar expressar por palavras de quem sempre as idolatrou...
quem lhes dá vida encorpada em genialidade.
Leiam e reflictam sobre estas...palavras! Recusem e reneguem uma era em que os significados facilmente fogem por entre os dedos.
"Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte"
Alexandre O'Neill
e se o fado vos tocar...oiçam-nas cantadas pela Mariza!

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Já alguma vez sentiram um nó na garganta, um serpentear dentro do peito, uma ansiedade generalizada sem explicação aparente?!
É assim que me sinto hoje e... não, não estou apaixonada nem bebi cáfé a mais!
Arriscando uma introspecção mais cuidada diria que estou com um síndrome "pré-confronto com o desconhecido" vulgo: vou começar um estágio longo e usurpador (pelo que dizem) e temo que me usurpe tempo que não estou disposta a dar!
Tanto temor e tanta ansiedade só podem ser bandeira de uma fase em que escasseiam âncoras...chão firme ou (a)braços...

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Parabéns manito!!!

Para quem foi, é e será para sempre uma pedra fulcral no meu crescimento enquanto pessoa...
Porque és fio guia para o sentimento de mim...
"tripa lá com esta malha!"

terramoto no país das maravilhas

Ainda estremecida por ondas mecânicas de displicência e orgulhos pedantes, degradação humana e intransigência gratuita reflicto sobre o amanhã que me espera, que me receberá. Pergunto-me:
Conseguirei lutar? Sim... sinto que sim, mas até quando?
Como o fazer sem me consumir no processo?...Sem acabar como conteúdo nas entranhas nauseabundas do monstro?

É tão difícil tornar-me permeável a uma realidade disfuncionante...deliberadamente disfuncionante, construída e mantida por guerras, guerrilhas e querelas sem fundamento, sem fim, sem vencedores...só perdedores - por sinal os mais inocentes...o mais vulneráveis.

Será a maturidade o reconhecer da "não-utopia"? Ou será a maturidade a criação de subterfúgios, ardis que nos mantém no trilho da sanidade?
Será a sanidade a moeda de troca para a maturidade?

Em que fase da transacção me encontro eu?

domingo, 18 de fevereiro de 2007

S ou C desde que com queijadas!

Estava eu já sentada em frente ao computador para começar a elaboração de uma aula teórica de anatomia (cujo tema não vou partilhar...dada a interposição de muitas ironias potencialmente mal interpretáveis!) e...
toca o telemóvel (como sempre não o ouvi mas calhou estar no meu campo visual...)...
era a minha gajati a convidar-me para ir conversar com umas queijadas de Sintra...em Sintra... e pensam vocês: "Oh! Que amiga simpática!"...
eu respondo: Simpática sim MAS castradora!!! - proibíu-me de cantar no carro dela! Eu que canto tãããããããããããããõoooooo bem! Enfim...o que uma pessoa não faz por doçuras enquadradas por uma paisagem bucólica! ;)

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Hoje acordei e obriguei-me a procurar endorfinas para ver se concluia a semana com alguma emoção...lá fui correr! Inferiorizada por um céu carregadíssimo de cinzento e a prometer-me uma digníssima molha...lá fui correr! Dez minutos passaram e eu a debater-me contra um vento implacável e o céu a piorar...lá corria eu!
O céu então piorou...e piorou e para além do vento ganhei mais uma força contra - o peso da minha roupa ensopada! Fustigada pelos grossos pingos que me batiam na cara, no corpo, pensava: "isto ao menos é um bom teste para saber se o corta-vento é impermeável ou não!"...não estavam à espera que questionasse a minha sanidade mental, pois não? - é que, por esta altura, a certeza corria comigo mas a sanidade há muito que me abandonara (foi levada pela rajada que me ensinou a atentar ao poste mais próximo! lol!!!) Lá parou o dilúvio e todas as arcas de Noé passavam a grande velocidade dentro de veículos pesados de mercadorias (conduzidos aliás pelos famosos animais!)!
Ponto de viragem aos 22 minutos e... "agora vai ser num ápice! Terei vento a favor!!"..."então?! Parou?!?!?!?!" "rrrrrrrr... corre porque não trouxeste o passe da carris!"

Moral da história: as endorfinas estiveram quase lá MAS... o corta-vento não é impermeável (logo, cheguei a casa a fazer aquele barulho de borracha molhada no chão sintético, a ver bolhinhas da sair dos ténis e...reitero: ensopada!!!)

Divertiram-se? Eu...no fundo, no fundo também! ;)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Escrever, apagar, recomeçar, apagar, reescrever, espreitar os comentários para ver se arranjo ideias (sítio onde não me safo porque VOCÊS ANDAM MUITO POUCO PARTICIPATIVOS!!!!)...assim têm sido os momentos em que venho ver o meu pestanejar. Entretanto, já a sociedade deu passos para novas realidades e eu, a cada instante, me apercebo das minhas...das minhas realidades, das minhas conjecturas, das minhas conclusões, das minhas incertezas...e quando páro para reavaliar constato que nem tudo é como objectivamos, quando o objectivamos!
É nestas circunstâncias que o universo social do meu "ser" reconhece a importância fulcral dos banhos de multidão (que, no entanto, são como os duches gelados: têm de ser muito rápidos e a fugir mas deixam uma perdurável sensação de frescura), do fazer parte de uma qualquer rede que exista como segurança, desejo, ilusão, alicerce, devaneio, conforto de outros.

para além disto...não posso deixar de desejar um feliz Natal...aí desculpem um feliz dia de S. Valentim (é que tanto vermelho nas montras, corações, ursos, chocolates e...gélido consumismo fez-me pensar que estavamos noutra ocasião!)e para vos dar que pensar mais um pouco aqui fica...

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Praia do Farol, V.N.Milfontes

sábado, 10 de fevereiro de 2007

e não digam que vão daqui!

Porque nem só de mar, areia, sol e céu se fizeram os quinze dias de retiro alentejano...aqui ficam os meus imensos carinho e sorriso por terem feito parte e contribuido para experiências indescritíveis.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Assim sinto esta música!

fecho os olhos e passo de um auto-abraço para um esvoaçar em que quase levito. Então vejo imagens de mares e ondas, céus e estrelas, brisas e ventanias a rodopiar tomando-me a mim como eixo, beijando-me a pele, invadindo-me os poros...rodopiando, levitando, sonhando até que o mar me molha, a onda me enrola, o céu me esconde, as estrelas me descobrem, as brisas me arrepiam e as ventanias me sugam num tornado de gargalhadas...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Nem sempre se encontra o porquê de algumas lembranças...
Esta experiência que hoje vos proponho é um exemplo disso e, simultaneamente, uma proposta de diversão.
Já que os anos 80 insistem em voltar nas riscas das camisolas, nas lycras (muito infelizes aqui que ninguém nos ouve), nos brincos de plástico (outrora oferta das "Matutano"), nos penteados anti-spokianos mas muito pró-moikanos, porque não ceder e recordar os serões de carnaval em que a eu florista, a eu rainha, a eu dama antiga, a eu fada, a eu odalisca, a eu sevilhana, a eu sei lá mais o quê... fervilhava e atazanava a minha mãe para me levar ao baile! O que é certo é que quando quero e posso..."não há mãe que aguente" e lá ia toda saltitante...até que ouvia esta música e...
Bom...ouçam e se perceberem o sentido da coisa por favor partilhem, se não perceberem façam só como eu...divirtam-se!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Fixed up!!!


Todas as pétalas se escondem ao pôr-do-sol...um reflexo natural! Mas...em escassas horas redescobrem um mínimo raio de sol, autogerado até, que lhes dá cor, brilho, calor!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Crashed and burned

Depois da luta a derrota e a amarga sensação de ter voltado diferente...no fim da convalescença saberei o quanto. Mas entretanto...let Chris Martin fix me!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Sanum per aqua o tanas!

Os factos somam-se, alimentam o envelhecimento, empurram as horas. Nada de novo. Novo é precipitar as horas para os factos como se cada dia fosse uma gota de água, que em conjunto com milhões de outras preenchem um copo e nós as engolíssemos de um golo...penando depois, cruelmente, com a percepção do ínfimo tamanho que o mundo tem para lá do efeito ampliador do líquido.
Será sempre assim?
Haverá outra forma de beber as horas?
Caso haja...será que vale a pena?

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Ouçam dentro de vós...


Quando um quer, única e exclusivamente, receber e o outro está em fase de testar se dádivas de outrora são férteis...converge-se no silêncio...no desentendimentodo do que não se diz! Assim cresce o monstro barbudo e enrugado dos "se".
O tempo, que não volta, estreita caminhos mascarando-os de nada!
A lembrança desvanece-se imprimindo a frio uma marca que nos minimiza.
Fica a dúvida...
Antes sofrer e não a ter.
Duvidar é sofrer mil vezes mais que perder.