quinta-feira, 29 de março de 2007

terça-feira, 27 de março de 2007

That's all folks

Após a alucinação das últimas semanas dou graças por ter clarividência (e paciência) suficiente para publicar em dois dias seguidos...lol!!! Mas como não há bela sem senão, não tenho nenhuma reflexão profunda para partilhar...
Hum...que poderei dizer?!?!...
Ah! Já sei: JÁ TENHO PASSAPORTE!!! e... MÉXICO...ESTOU A CHEGAR!!!

segunda-feira, 26 de março de 2007

Criatura da noite em dias mais longos...

Um bocado ofuscada pelo sol que se decidiu revelar após uma manhã tristonha lembrei-me de pestanejar sorrindo, pois estou feliz por saber que...:
1. ...há uma RRRRReluzente estrela a brilhar ao pé da do meu T;
2. ...a minha J está a navegar em águas claras e calmas sendo levada por uma mão companheira de vida;
3. ...o meu R aprendeu a gostar de caramelos (aposto!!!!);
4. ...a minha C sorrirá em breve;
5. ...os dias estão maiores!!!!

Sim tenho saudades tuas, contemplador de mar, e ainda me pergunto porque não mergulhaste no meu mas...já que assim foi, gotta run!

ps: falando em corrida...uma mais - APAV/PSP, 9km, 46'47''...graças às "lebres" Miguel, Labandeiro e Capela...foi uma manhã divertida! bjokitas especiais para vocês!

e agora o momento musical...

sexta-feira, 23 de março de 2007

Quando na 4ªfeira senti que a monstruosa boca do dever me encarcerava por entre caninos aguçados e me impedia o catársico inalar da clorexidina... gritei, gritei por e para dentro! Foi então que as ondas mecânicas do desabafo sentiram a resistência metalizada das cicatrizes por sarar!
Maior dano, maior dor, maior delírio...

quarta-feira, 21 de março de 2007

Respiro fundo e lembro-me da força...

Para cima e para baixo na montanha russa de energias, motivações, emoções e...demais estados de espírito espero pela lentificação da subida que antecede a descida kamikaze* para respirar fundo e procurar, dentro de mim, forças mil!
*Kamikaze (Kamikaze-tokkō-tai 神風特攻隊)(神風 de kami significando "deus" e kaze, "vento") é uma palavra Japonesa — comum por ter se tornado o nome de um tufão que se diz ter salvo o Japão de uma invasão da frota líderada por Kublai Khan, em 1281. A invasão seria realizada pelo exército chinês. Em Japonês o nome "kamikaze" é apenas usado para designar este tufão, e neste caso, pode ser traduzido como: "Vento de Deus em prol do Japão". Na língua inglesa, contudo, refere-se habitualmente a um ataque suicida usado pelos pilotos japoneses que combateram na Segunda Guerra Mundial

domingo, 18 de março de 2007

"Sofres mais quando corres ou quando não sais para correr?"

Definitivamente...quando não saio para correr!
Aqui estou após 21km de muita revitalização!
Chamem-lhe endorfinas, sacrifício ou o que quiserem, eu digo-vos só que é a p... da loucura!!!
Em termos objectivos:
2h01m34s

sábado, 17 de março de 2007

Formas de evasão

Abre-se a janela e a lufada cinzenta de confusão invade o quarto que com o quotidiano se foi tornando preocupantemente desarrumado. No meio ensurdecedor das ideias não concretizadas perdeu-se o mapa que conduz à chave da gaveta da fantasia. A porta do quarto fecha-se pouco a pouco...há que fugir, há que ultrapassar a barreira da realidade.
Numa larga e súbita passada transpõe-se o enorme postigo que se encerra prendendo a ponta do cachecol. Recusa-se aquele abraço sufocante, e lá fica o pedaço de flanela dependurado na insignificante brecha que ainda sopra um ar triste da floresta de betão.
Esquecendo a identidade avança-se....
Tudo se torna claro, doce, calmo, alegre e convidativo.
À beira do mar sereno, fecham-se os olhos, autoriza-se o espírito a voar e lá vai ele...
Corre, brinca e flutua. Dá gargalhadas e sente-se fantasticamente leve. Não quer parar, não consegue parar, não se cansa.
Estende-se na relva verde, viçosa, sombreada por uma enorme árvore florida de branco e amarelo. Um sorriso tranquilo e um olhar resplandecente dominam o sol, este começa a ficar envergonhado.
Volta-se à beira do mar...o sol ruborizado mergulha lentamente no fresco e interminável tapete azul.
Saboreia-se o silêncio inexistente do outro lado da porta e recarregam-se as virtudes.
O azul-esverdeado convida a uma reunião...
A ansiedade coloca um pé à frente do outro e evolui-se a passo de corrida.
Penetrando na imensidão rebelde e inconstantemente ternurenta pisa-se a primeira ondinha, sobe um arrepio desde o calcanhar até à nuca que, sem hesitação, intensifica o desejo da fusão. Avança-se sem parar.
Profundamente envolvida, dissolve-se aquela gotinha de timidez que havia sido injectada pela cidade. Nada contém a alegria que fura as ondas e as vai contagiando.
Mergulha-se, nada-se lado a lado com um golfinho simpático e brincalhão, vêem-se cardumes de peixes coloridos, vêem-se corais e mil e um cavalos marinhos. Quando se emerge, o céu assume já um manto escuro, salpicado de estrelas brilhantes que rodeiam e fazem a corte à senhora das noites – a Lua – anafada e majestosa, sonolenta e misteriosa.
Sente-se um beijo frio na face, acorda-se e vê-se que afinal a chave da gaveta da fantasia não está perdida naquele...acolhedor e organizadamente carinhoso...quarto.
Fecha-se a janela e volta-se a adormecer.

97/11/01

quarta-feira, 14 de março de 2007

Love show

O tempo escasseia para algumas coisas, nomeadamente este pestanejar, portanto:
Que é que se pode dizer que não tenha já sido cantado?

domingo, 11 de março de 2007

descalça


Uma das coisas que o regresso da Primavera me proporciona é a certeza de poder pisar o chão sem interposição de materiais sintéticos - andar descalça! Sentir a madeira amena, a pedra fria, o tapete felpudo e macio, um pé no outro...prazeres múltiplos em convergentes novas sensações e velhas recordações. Recordações como a partilha de um mesmo chão horas, minutos antes de uma estreia, noite após noite, subindo ao palco mergulhando nos personagens. Eram assim os tempos de teatro, os tempos de anankê em que muitos ajustes podiam ser feitos, muitas ideias podiam ser sugeridas, muitas gargalhadas, discussões, respirações, introspecções podiam fluir...mais ou menos desfasadas porque o surdo som dos nossos passos tudo justificava!

"Porque há uma magia que nos move e que nos marca, haverá sempre a tal partilha que nos une e uniu... a nós e àqueles que para sempre do “nós” farão parte."

quinta-feira, 8 de março de 2007

8.Março.2007

Sentada, com uma perna dobrada sobre o tampo da cadeira e a outra flectida adiante do tronco curvado que sobre ela deixo cair, mastigando um pedaço de chocolate negro, amargo, denso (o meu preferido) proponho-me (já que me estou a conceder 1hora de pausa) a relatar-vos o meu dia:
00h00 - banco de S. José a desejar ouvir o barulho cuspidor da impressora das admissões...
00h e qualquer coisa - ela cospe mas o dever chama a CPR...lá fico eu sem fazer o gosto à técnica!
01h e tal - com a antevisão da dor consequente ao desrespeito do sono, com aquilo a que eu chamo "desconsolo emotivocognitivo" da madrugada, com o ter e não ter...decido obrigar-me a ceder ao cansaço e vir dormir.
01h e tal e tal - despeço-me dos olhares e dos cansaços alheios com carinho e saudade
01h45 - chego a casa. Ainda encontro minha mãe em pé: "Olá mãe! Até amanhã, mãe!" Rumo às tarefas últimas do dia e...
02h01 - entro na cama e sofregamente desejo adormecer.
07h00 - toca o despertador e sinto o meu corpo como que ligado à corrente, espicaçado pela impossibilidade de me atrasar para a aula.
07h35 - precipito-me até à paragem do 755 que me deixará na C.Univ.
07h45 - atrasado como sempre...lá parte!
07h58 - alguém fecha a janela que eu tinha aberto! Rrrrrrr!!!!
08h32 - entro na FMD! Preciso determinantemente de café antes de despejar 1h30 de anatomia descritiva para uma plateia interessada mas que ao fim dos primeiros quinze minutos divaga já pelo universo do "nadir sináptico"
09h28 - os índices de concentração foram-se! O estado vegetativo é apenas vencido pela imaturidade que os olhares e risinhos de uma geração de finais dos anos 80 não controla perante as palavras: genitais, erecção e afins. (sim! a aula era sobre aparelho genital masculino!)
09h43 - glândulas de Cowper at last e FIM!!!
09h50 - agora é correr para o hospital!
10h05 - "Então Andrea?!" diz a voz da alucinação visual, claudicante e anafada do "master and comander"
10h15 - escada abaixo (com a marcha e o raciocínio lentificados...para ver se não me auto-destruía antes do fim da manhã!)rumo aos "gomers"
14h e tal - arrasto-me para fora do hospital...
14h e tal e uns metros adiante - um sorriso sedutor estica-me uma rosa beje pálida pela janela do carro e arranca...sem mais!
14h e tal e durante uns metros mais - o sol desta tarde de Março adjuva o calor emanado da flor que me reconheceu sem me conhecer (porque sou gaja sim...e porque é dia da mulher, eu sei! mas...algo me fez sentir especial!)
16h23 - agora tenho de ir estudar o "homem amarelo" porque o meu "master and comander" está à nora com o diagnóstico e todos nós lá estamos para ver e garantir a medicina que ele não partilha!!!

quarta-feira, 7 de março de 2007

Expelida por distócia de uma semana frenética, baixo as defesas enquanto me afasto do campo de batalha...dói-me o corpo (o ombro esquerdo como que dilacerado por bicadas de aves de rapina, a carne rasgada depois de prensada, as pernas pesadas pesadas pesadas e revoltadas com a gravidade!).
A minha mente objectiva a calma de um metabolismo basal embalador de sono mas as dores impelem-na para mais um episódio onírico:
...o meu corpo invisivelmente ferido mas macerado repousa num leito suave, ameno, envolto numa atmosfera pacífica e silenciosamente comunicativa... as dores são finalmente vencidas por carinho, ternura e compreensão veiculados por duas mãos macias e quentes que repõem a carne rasgada, beijam a pele lacerada e antagonizam, sem dificuldade, a super-imposta força gravítica...

Como outros este não se concretizou, todavia, o frenesim não abrandou de modo que só agora estou a publicar o que escrevi na 6ªfeira passada!!! lol