quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

5 minutos

Chegar a casa para mergulhar em duas escassas horas de intervalo entre consultas e atendimento complementar tendo que, pelo meio, trabalhar no relatório de estágio...assimilar, analisar criar e partir.
Mas... cinco minutos tenho que tirar - para mim!!!
Então, sento-me, repouso as pernas numa cadeira, seguro a taça de cereais com leite quente que me aquece a mão enquanto, de colherada em colherada, me apercebo que estou a tentar contrariar o impulso de quase não mastigar para gerar mais tempo.
Por segundos, deixo apenas que a música me inunde e acalme ao mesmo tempo que a sala descansa em torno de mim...o casaco largado no sofá, as chaves em cima da mesa, o esteto que espreita pelo fecho da mala que não fechei...a penumbra crescente do anoitecer prematuro de Inverno.

5 minutos, 5 minutos que nos damos, que nos abrem portas para pensar em outros 5 minutos de nossas vidas...
(...)Five minutes of love
Five minutes of hate
Five minutes I try to call your name
Five minutes of passion
And no one knows the right place to go
No meaning or just self-control maybe
And you walk out of there
You need to talk with somebody else
And to know the problems are waiting for
Outside the door(...)

five minutes of everything - the gift

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

uma frase

De todas as aprendizagens e vivências que me foram facultadas uma frase há-de ficar..."Aah! A dra escreve à esquerdâ. FELIZMENTE, mês netos escrevem à dirêta" (não esqueçam o sotaque alentejano!)
Depois disto só me restou ir beber mais mar, sol e... Harrison!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007


Porque quando paramos para ouvir o ar que entra em nós somos surpreendidos por recordações que não sabiamos ainda ter...
Porque é bom lembrar que já fui estrela do mar...
Pesquisem e ouçam esta música de Jorge Palma (não a consegui pôr aqui.)fica então a letra:

"Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte
E em que o sono parecia disposto a não vir
Fui estender-me na praia sozinho ao relento
E ali longe do tempo acabei por dormir

Acordei com o toque suave de um beijo
E uma cara sardenta encheu-me o olhar
Ainda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
Ela riu-se e disse baixinho: estrela do mar

Sou a estrela do mar
Só ele obedeço, só ele me conhece
Só ele sabe quem sou no principio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim

Não se era maior o desejo ou o espanto
Mas sei que por instantes deixei de pensar
Uma chama invisível incendiou-me o peito
Qualquer coisa impossível fez-me acreditar

Em silêncio trocámos segredos e abraços
Inscrevemos no espaço um novo alfabeto
Já passaram mil anos sobre o nosso encontro
Mas mil anos são poucos ou nada para a estrela do mar"

sábado, 27 de janeiro de 2007

Voltei!!!!!


Vivas ao estar de volta!!! É de facto verdade...regressei para a minha Lisboa que sempre me falou em surdina, numa pulsação calma mas intensa, durante estes últimos 15 dias.
Que saudades de "pestanejar" com mais frequência...
Mas não me entendam mal...não regresso de nenhum retiro torturante, pelo contrário, volto depois de dias, horas, segundos de plenitude com meus pensamentos, minhas aprendizagens, meus respirares e meus silêncios. Sempre enquadrada por uma velha amiga natureza que não parou de me presentear com a sua magnânima beleza.
Trago mil imagens, mil sons, mil cheiros, mil sorrisos, mil recordações...mil frios (lol!!!). Gostaria de vos mostrar todos mas não podendo...recebam-me de volta de braços bem abertos e digam quantas saudades sentiram.
Entretanto...olhem e sintam...

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Distante mas perto...distante mas longe...
Uma dualidade interior construída por palavras por dizer e pela incerteza de que um dia o virão a ser...
Só a esperança da calma e do crescimento apazigua este trilhar!

Entretanto, acorda-se ainda de noite e sai-se como que forçando o sol a despontar por trás dos montes e assim abrilhantar o espelho ondulado e brilhante que ensurdece de paz. O dever intercala-se mas rapidamente se volta à contemplação da luz amarela que banha a pele gelada e invade duas janelas castanhas abertas...intermitentemente.
Até ao próximo amanhecer...num novo interior.

sábado, 13 de janeiro de 2007


Estou cansada.
Quando assim é, sinto-me como que catapultada para um vazio de discernimento que hiperboliza, necessidades reais sim mas... sobretudo, "bulldozers" de intransigência e pulsões IDílicas (do "id" freudiano) de ser, estar e receber. Manifestações do "id" ou manifestações do ego insaciado? Não sei...sei só que hoje estou cansada! Sei só que pela primeira vez na vida deste pestanejar me apetecia não o fazer...não partilhar e cair no silêncio. No entanto, uma despedida teria de ser feita. O coração aperta-se de saudades dos vossos olhos e mentes agora que estou prestes a mergulhar na luz, no mar, em novas gentes do litoral alentejano.
Meus mosketeiros, minha mosketeira que cá fica (porque a outra irá comigo), minha Miss "sinestésica", meu "psicanalisado", meus "moris", meus esporádicos espreitadores: O silêncio não vos apaga!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Muita aceleração, muita correria, muitos afazeres...
o cúmulo da organização das horas do dia...
o "comer" das horas de sono...
correr, compatibilizar tarefas, pensar... planear os próximos passos enquanto passo.
Com tudo isto só podia começar a beber café (dr: considere-se responsável por tal!!)

domingo, 7 de janeiro de 2007

Olá 2007!

Mais uma vez ficou adiado o desejo de ver passar o ano de longe, em silêncio bucólico, em cima de um monte com vista para a civilização longínqua que "euforiza" e crepita em biliões de estrelinhas coloridas e cadentes.
Para além disso, acho que pela primeira vez, não estratifiquei os doze desejos muitas horas antes e, confesso, improvisei a tradição e nem sei se comi efectivamente as doze passas. Senti alguma inquietude supersticiosa mas, surpreendentemente, de imediato fui invadida por uma onda crescente de bem-estar/confiança/força/...talvez não mais que o saber ser de mim dependente o sucesso de alguns passos fundamentais. Os outros que de meu empenho não dependerem directamente caberão no universo do inesperado.
Não obstante, venham todas as vivências, todos os desafios, todos os sorrisos, todas as lágrimas, todos os sons, todos os gostos...Venha tudo, tudo com intensidade pois não sei respirar de outra forma.