quarta-feira, 29 de novembro de 2006

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

αηαηκε

Cada sexta-feira e cada sábado caio emprestando o meu corpo a Clitemnestra, soltando uma lágrima que não sei a qual de nós as duas pertence. Talvez a ela, talvez a mim...talvez a ambas.
Uma onda gelada petrifica-me. Virá de fora - dos mosaicos que por baixo jazem, virá de dentro?
Eis senão quando sinto passos e...um quente abraço me envolve, me cerra os olhos molhados, me cobre o corpo com pedaços de si perdidos, me iça, me deposita...fora de cena!
Lá fico...a acordar lentamente de e para mim, sem sobressaltos nem bruscas rupturas com a imensa fase que paira, que une simbioticamente vários seres, várias cabeças, vários corações, várias mentes.

É a Clitemnestra que morre mas...a lágrima é minha.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Tiaguxo...já tinha constatado! :P

"O arco-íris não existe realmente como em um local do céu, mas é uma ilusão de óptica cuja posição aparente depende da posição do observador."
in Wikipédia

há quem não o tenha para sequer perguntar.

O tempo perguntou ao tempo qual é o tempo que o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que não tem tempo para dizer ao tempo que o tempo do tempo é o tempo que o tempo tem.

save me

Porque às vezes a agonia que nos aperta a garganta não consegue soltar-se em grito, porque a memória das palavras e dos gestos é tão escassa e ténue, porque o fim chegou sem se seguir ao início, porque a palavra "porque" parece tão desmembrada quando nela nos fixamos...

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

nadir energético

Manhã nublada mas com uma luminosidade soalheira geradora da dualidade entre a pertinência e o despropósito dos óculos escuros...opto pela pertinência (opto sempre!!) - se mais não puder guardar para mim, os meus olhos não os verão os demais...os quaisquer demais.
Vou a caminho de uma macabra e revivalista reunião feminina de lavores do século XVIII, sita na ala dos horrores do hospital pediátrico - o bloco operatório. Estou atrasada! Toca de enviar sms a avisar as colegas. Elas respondem...não vão!!! E só agora tomo conhecimento...agora que o quente e fofo dos lençóis já recuperou da impressão do peso do meu corpo. Corpo transportado pelo frio e duro assento do autocarro nesta manhã nublada mas...já sem aquela pontinha de luminosidade (mantenho os óculos!!!)
Vou ou não vou?!?!Peso os prós e os contras, os contras e os prós...isto em quilometragem decrescente para a paragem destino de todos os dias (todos os dias destas últimas e torturantes três semanas). Finto a obrigação e não saio. A chuva começou a cair! Estou cativa da falta de forças. É preciso, contudo, delinear novo plano diário: trivialidades? estudo? NÃO! Casa e cama! A única forma de recuperar alguma energia para investir posteriormente, a única forma de recuperar reminiscências de uma voz... da voz que me sugere o calor, a suavidade...enfim...voltemos ao relato da primeira acção.
Tempo de inverter o sentido de marcha.
Saio do autocarro, sou bafejada por alguns pingos de chuva, o meu corpo não responde, dorme a cada passada (ainda fazia eu planos de correr!). Nova paragem. Curta espera. Novo autocarro - a caminho da cedência! Entro. Sento-me. Um homem verborreico insiste em regurgitar cascatas de vocábulos, quais farpas sem gume, juras de morte aos "burocratas" e "por isso é que eles não levam o meu voto!"...faltam-me as energias para me rir. Mais adiante, num banco "de costas", viaja uma mulher cujo fácieis se transformará em pantufa - aquela em que o nariz quase toca no mento, sem o mínimo esforço, e a fenda labial se adivinha introvertida e embrulhada numa cordilheira de pregas cutâneas limitadas por desfiladeiros de rugas. Dói-me a cabeça. Nova mudança de autocarro...efectuada! Óptimo, já só faltam dez minutos para o meu descanso. O homem verborreico tem o mesmo destino que eu...há manhãs nubladas, chuvosas em que a chuva não vem só do céu!! Deixo de o ouvir!
Dou por mim a tirar os óculos no elevador...olho-me ao espelho, reconheço a luz deixada pela conversa de ontem à noite. Deito-me!

domingo, 19 de novembro de 2006

"Lift me up"...um apelo, uma saudação, para cima é que o caminho!

o rasgo da semana...

"chega um pássaro (P) ao pé de uma galinha (G) e diz
- Olá, então 'tás boa? Olha, não queres ir ter com uns nossos amigos?
e a galinha responde:
- Boa ideia! Onde é que eles 'tão?
P:'Tão lá em cima!
G:Ah...então não posso!
P: Então porquê?! Tens asas!!!
G:Sim, sim. Mas são a brincar!

CONCLUSÃO: As galinhas dão-se com porcos porque têm asas que não são!"
in Anúncio do Millennium BCP by Bruno Nogueira

sábado, 18 de novembro de 2006


Everybody's Free (To Feel Good)
Brother and sister, together we’ll make it through, oh, yeah.
Someday a spirit will take you and guide you there,
I know you've been hurting, but I’ve been waiting to be there for you,
And I'll be there just helping you out whenever I can.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

aos meus mosketeiros e às minhas mosketeiras...

Na escalada de acontecimentos desta sempre nova e renovável vida quotidiana, os momentos em que paramos para olhar para dentro de nós escasseiam.
Eis senão quando, num pestanejar, sentimos uma envolvência confortável de amizade que nos acompanha numa experiência quase extra-corpórea em que nos distanciamos, terapeuticamente, de nós e analisamos e meta-analisamos...o nosso eu profundo.
São estes momentos, rotulados de introspecção, que nos abrem janelas cuja existência desconheciamos e lufadas de ar fresco golfam pelos nossos poros. Então recrudescem forças, vitalidade, energias e sorrisos - milímetros betonados da nossa personalidade em edificação. São estes alicerces que, mesmo mascarados pelas várias camadas civilizadamente projectadas, espero sejam asteados quando os ventos, as chuvas e os relâmpagos se adivinharem e instalarem nas horas de um dia mais atormentado.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Na penumbra do acordar apeteceu-me parafrasear alguém dizendo: "Bom dia mundo!!".
E agora aqui estou entre uma taça de cereais e a tímida manhã a atrasar-me para a tortura do universo infantil repleto da bela da rinorreia anterior (vulgo, ranho) a impor-se naquelas faces minúsculas...máscaras de uma bomba relógio pronta a explodir! - "É pá doutora e pó doutor".
Enfim... humor à parte este é só um mote para o sorriso quentinho que me invade por saber que não estou sozinha.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

hoje é um daqueles dias...

Hoje é um daqueles dias de nevoeiro em que emana o cheiro a Sonasol verde dos canos.

É um dia de coisas simples que para serem vistas é preciso tomar consciência que são vistas também por outros, por eles vividas e por eles complicadas...

Mudar o mundo, mudar a pessoa - não ver, não querer ver...abrir os olhos para a evolução, libertarmo-nos do planeta autista em que se adormece...desaconchegada.

A permanente luta do "há-de ser" ou "devia ser" - não será isto uma forma de desrespeito humano?

Depois disto...acordar! Acordar para outro dia de nevoeiro temporário. Correr e romper! Romper?

uma tatuagem para a alma...

Porque a intemporalidade de algumas sensações é incontornável aqui fica só um de muitos veículos que me transportam para... será que te encontro lá?

Freezin', rests his head on a pillow made of concrete, again
Oh, Feelin' maybe he'll see a little better, set a days, oohyeah
Oh, hand out, faces that he sees time again ain't that familiar,oh yeah
Oh, dark grin, he can't help, when he's happy looks insane, oh yeah

Even flow, thoughts arrive like butterflies
Oh, he don't know, so he chases them away
Someday yet, he'll begin his life againLife again, life again...

Kneelin', looking through the paper though he doesn't know to read,ooh yeah
Oh, prayin', out to something that has never showed him anything
Oh, feelin', understands the weather of the winters on its way
Oh, ceilings, few and far between all illegal halls of shame,yeah


Caríssimos e Caríssimas abro-vos uma janela para mim... toca de contribuir para este "pestanejar"... num abrir e fechar de olhos, ok?