segunda-feira, 27 de novembro de 2006

αηαηκε

Cada sexta-feira e cada sábado caio emprestando o meu corpo a Clitemnestra, soltando uma lágrima que não sei a qual de nós as duas pertence. Talvez a ela, talvez a mim...talvez a ambas.
Uma onda gelada petrifica-me. Virá de fora - dos mosaicos que por baixo jazem, virá de dentro?
Eis senão quando sinto passos e...um quente abraço me envolve, me cerra os olhos molhados, me cobre o corpo com pedaços de si perdidos, me iça, me deposita...fora de cena!
Lá fico...a acordar lentamente de e para mim, sem sobressaltos nem bruscas rupturas com a imensa fase que paira, que une simbioticamente vários seres, várias cabeças, vários corações, várias mentes.

É a Clitemnestra que morre mas...a lágrima é minha.

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