Sem música, imagens, artefactos 
Ou dispersadores de atenção 
Não quero dizer nem escrever 
Quero ser ouvida e lida
Por voz clara e lúcida 
Que não desejo o sonho
Quero vivê-lo
Que não anseio a paixão
Quero sê-la
Hoje, amanhã, depois e sempre
E se isso me sufocar
Quero lutar contra a apneia
Quero recrudescer de força
E esbracejar
Arranhar o ar mosto, lânguido
Sugar a vida vivida
Sem Platão nem Ícaro
Acordar por mordedura
Sentir que o corpo ferve e se degladia
Por ferocidade respirar 
Por inquietação existir
A lutar, a gritar, a desesperar
Quero pesar no irracional
Quero lá ir e nunca me conformar
Quero reconhecer-me e reencontrar-me.
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